segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Carta ao amigo


  Querido amigo, parafraseando pequeno príncipe te digo que quando eu te conheci você era só alguém e eu resolvi te fazer alguém importante pra mim.
  Vi em você qualidades tantas, e pontencial pra dissolver a solidão... Vi que poderias me subtrair longas tardes de tédio com aguçadas conversas sobre a vastidão de idéias que borbulham em nossas mentes jovens... Vi que poderíamos compartilhar nossas preferências musicais espertas a despeito do que fede... e sempre concordamos nisso... Vi que à  dureza de nossas teorias nasceria um novo mundo governado por ferro e aço, eu que gosto da utilidade do aço e você que não se curva sem se quebrar como o ferro...
  Amigo, fui calculista ao te escolher pois não sei analisar as possibilidades despida de frieza... e o que era decisão, por um acaso, virou amizade...
  Mas amigo, eu esqueci de me certificar se há calor na sua voz quando me consola, se há conforto em seus braços quando me abraçam, e se eu posso deitar no seu colo pra fazer jorrar a dor vez por outra... eu me esqueci amigo, que sou gente, e como gente eu também preciso...
  Então amigo, que agora eu amo, eu te peço pra não me falar verdades quando eu preciso de um olhar de condescendência ... pra não se calar por respeito quando eu preciso de um sermão... pra não se esquecer de mim quando eu preciso que você se lembre... Amigo, o que eu quero ás vezes é só que você releve, me olhe placidamente malgrado minha obscena inocência e sinta afeição por tanta ingenuidade... o que eu quero amigo é que você me regue e me cultive como um dia eu fiz com você, por que hoje eu não mais preciso de sua inteligência e seu senso crítico pra aparar minhas arestas ... Como gente ,amigo, eu aprendi a precisar só de você.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sobre guerra e paz...

Oi todo mundo! bom essa é minha terceira tentativa de iniciar um blog, vamo ver no que dá rsrs... Sobre guerra e paz, acho que não poderia haver título melhor pra descrever o que acontecerá nesse blog, espero postar minhas fotos e textos e que vocês aproveitem. Bom, pra começar o ano escolhi esse:

Vida XXI

  Numa era de horror, essa contemporaneidade grotesca, o mundo pulsa em reclame aos gritos individualistas. Os desejos ardem, as vontades prevalecem, o contraste é cultuado, a crueza e nudez das palavras escrachadas, o desconforto, o descontrole, a perdição, o hedonismo, a sátira ácida, o humor negro, a sombriedade, o obscuro, o absurdo, a patologia crônica, a paranormalidade, a pscicomania, o desespero, o desemparo, a solidão, o cativeiro, o suicídio, a vida XXI (a morte XXI).
  Quero parar o turbilhão e respirar, quero mais minutos pra pensar. Não quero ser blasé ou clichê, que isso mora na vida XXI, mas quero conseguir... viver. Quero tristezas leves e alegrias serenas, basta do escroto! Quero uma boa música para ouvir que não me hipnotize, por que quero compor também. Quero ler sem decorar, simplesmente apreciar a leitura, discorrer por suas letras calma e deliciosamente como um prato de sopa quentinha numa noite gelada. Quero manter o controle em situações críticas pra que tudo se encaixe, sem sorrisos demais, sem choro demais, sem dar demais o que já não existe. Quero aprender os cálculos mais complicados e saborear a vitória da obstinação, e saber que eu consigo. Quero ser boa amiga, apenas boa, nada de melhor, nada de extremos, apenas figurante, e quero amigos leais, mas chega de viscerais, quero cooperação, não disparidade. Quero amor, não paixão, não quero excessos, não quero provas, não quero brigas, não quero esse tipo perigoso de profundidade, não quero me importar muito, não quero obsessividade  possessividade, virilidade... Quero muitas noites de sono, e muitas tardes com amigos, quero risadas verdadeiras, mas quero risadas quietas. Quero silêncio pra sentir a terra girar, as nuvens viajarem, o sol morrer lá na linha do horizonte e nascer aqui bem perto. Chega de cacos! quero plenitude, quero integridade, quero me compor de "eus" não venenosos, nada letal, nada escandaloso. Quero fazer parte de algo por completo, não pretendo ser amada, quero apenas ser agradável. Não quero me destacar, nem positivamente, apenas quero ser só mais uma. Quero racionalismo, mas não quero frieza. Quero compaixão e compreensão, mas não daquelas arrebatadoramente ideais, só quero menos egoísmo. Quero homogeneização, tudo pode ser diferente de uma forma igual. Não quero burburinhos, não quero decadência, não quero português errado, não quero ameaças, espoliação, escoriação, não quero soluços, não quero agudez de sentimentos, não quero genialidade, não quero premeditação, não quero estupidez nem grosseria. Quero poder usar as palavras e não ser discriminada por isso, afinal elas existem para serem ditas e escritas. Quero cumplicidade, respeito, companheirismo, mãos dadas no parque, sorvete de creme, chá mate, mensagens de texto, férias, programas realmente bons de humor, abraço, caneta de ponta grossa, professor desajeitado e despreocupado.
  Evoco o Locus Amenus da nova vida XXI, a simplicidade, o bom senso, a calmaria, a paz, a amenidade, o viver largado mas nos trilhos. Afinal, a vida precisa de um descanso!